21 de fevereiro de 2020
Hoje vamos compartilhar algumas histórias e curiosidades sobre os aromas do passado. Isso mesmo, faremos um passeio pela história da perfumaria ao longo do tempo, observando como era a publicidade e as preferências de compra em diversas épocas.
Ao fazermos esse estudo fica fácil perceber que, independente do tempo, os aromas sempre foram os melhores companheiros das mulheres. Registros da história do Brasil revelam que os povos indígenas e também os negros incluíam em seus rituais banhos com ervas e flores, trazendo os aromas como parte de suas crenças e assepsia. Já os europeus faziam uso de fragrâncias para ocultar odores indesejáveis, pois consideravam o banho um ato arriscado, acreditando que poderiam contrair doenças mais facilmente.
Nos séculos XIX e XX a indústria da higiene pessoal e da perfumaria começava a ganhar relevância. Após o período do Império, somente as famílias abastadas tinham o privilégio de usar perfumes importados, geralmente vindos da França. Nessa época surgiam no Brasil marcas como Granado, Gessy Lever (atual Unilever), Phebo e Myrta.
A fabricação era artesanal e inspirada pelas boticas e farmácias. As colônias eram refrescantes, como a Lavanda Phebo criada pela farmácia Granado, a Água de Hungria, criada pela Perfumaria Kanitz, de origem Húngara e a Água de Colônia Parisiana, da Perfumaria Myrta, a Água de Cheiro da Gessy, a maioria tendo surgido nas décadas de 30 e 40.
Nos anos 30, havia um boom de produtos multifuncionais que existem até hoje que limpam e perfumam, como o Leite de Colônia e o Leite de Rosas. A produção de sabonetes seguia o mesmo modelo artesanal, da prensa à embalagem e eram muito valorizadas e famosas na sociedade da época. A Seiva de Alfazema, lançada em 1943, era uma lavanda clássica que fez despertar o gosto pelas fragrâncias alavandadas que funcionam bem no clima do país. Em 1946 surgia a Colgate, com a linha Cashmere Bouquet. Outro produto famoso foi o sabonete Gessy, criado pela José Milani & Cia, que em 1960 se uniria a Lever, empresa inglesa que já produzia o icônico sabonete Lux, formando o império Gessy Lever. A Gessy também exportava o sabonete inglês Sunlight, a Granado fabricava o seu tradicional sabonete glicerinado, um clássico até hoje, e a Myrta lançou o popular Eucalol, feito à base de eucalipto e amplamente divulgado na publicidade da época.
A feminilidade sempre esteve ligada ao ato de perfumar-se. Banhos de cheiro, águas perfumadas, sais de banho, loções, sabonetes, talcos... assim como pó de arroz e brilhantina para os cabelos eram produtos perfumados que chegavam a substituir o próprio frasco de perfume.
Cada época destacou um tipo de produto que era o mais utilizado. A publicidade por sua vez, sempre mostrava belas mulheres sorridentes como se estivessem exalando os agradáveis aromas do produto exibido. Era comum ver propagandas como a do leite de Rosas com a imagem de Carmen Miranda e outras mulheres representando mulheres vaidosas com um sabonete nas mãos. Como podemos ver, hábitos têm origem cultural e são passados de geração para geração. Os aromas funcionam como códigos capazes de representar uma época e um estilo de vida.
* Com informações do site Osmoz.
FOTOS: Divulgação
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