12 de agosto de 2022

O corpo sente o ar frio e o toque macio do tecido das poltronas, os ouvidos captam o “crec crec crec” das mordidas e o ruído dos pacotes que se abrem, o nariz capta o indiscutível aroma da manteiga que derrete sobre a pipoca quente e o paladar se deleita, mas é a visão que vai ser premiada neste momento: você acaba de entrar no cinema. 

Na imagem a cebola é refogada e a fumaça sobe, o mocinho dá um cheiro no pescoço da mocinha e se apaixona por seu perfume, no outro take o vento sopra na praia e todos estes aromas são quase que sentidos pelo público. Um faro apurado descobre onde está a pista que soluciona o mistério ou identifica de onde vem o perigo. Não precisamos sentir o cheiro de nenhuma dessas coisas no cinema, basta que esteja bem retratado na fotografia do filme.

Fotografia significa escrever com luz. Tanto a imagem estática, quanto a em movimento, trabalham no nosso cérebro e são capazes de emocionar. Choramos, nos assustamos, nos arrepiamos, ficamos aflitos… Nossa retina possui mais de cem milhões de células fotorreceptoras que transformam as ondas luminosas em impulsos eletroquímicos, que são decodificados pelo cérebro. É assim que funciona a nossa visão, mas é com todo o nosso corpo que sentimos a emoção do cinema, isso pois o que vemos retratados na tela desperta nossos outros sentidos e o cérebro nos leva para estes momentos conhecidos e transborda em nós a emoção.

Hoje é dia mundial da fotografia e abertura oficial do 50º Festival de Cinema de Gramado e te instigamos a ir ao cinema e curtir todas as sensações que esta arte proporciona.