25 de março de 2022

Para usufruir todo o prazer de se apreciar um perfume, é importante compreender como os cinco sentidos trabalham em conjunto.  Cada um atua como um filtro natural do mundo exterior, captando informações através dos órgãos receptivos, sempre em conjunto, e transmitindo suas impressões ao cérebro por meio de impulsos nervosos.

Todas as informações sensoriais são enviadas à região do cérebro chamada tálamo que funciona como uma estação de chegada. Os sentidos envolvidos aqui são o olfato e o paladar pela proximidade e ligação física. Tanto que dizemos que a metade do sabor é cheiro. E o contrário também acontece, é possível sentir o gosto de um cheiro, isso porque as moléculas gasosas dissolvem-se na saliva e estimulam os receptores existentes na língua.

Todos os órgãos sensoriais captam informações e direcionam ao cérebro, ao córtex cerebral, onde ficam armazenados os centros da memória: o hipocampo e a amígdala. As memórias não consistem apenas de fatos expressos em palavras, mas de padrões de movimento e também de um conjunto de sensações captadas pelos órgãos dos sentidos: imagens, sons, cheiros, texturas e emoções.

Por exemplo, dizemos que os olhos comem primeiro. Ao visualizar o alimento, o cérebro busca identificar o gosto do alimento acessando seus dados armazenados na memória. Ao olhar uma fruta, seu formato e cor, automaticamente  lembramos do seu gosto. Ao sentir o cheiro temos a saliva sendo estimulada.

Raramente o valor do olfato é percebido no dia a dia das pessoas, mas, involuntariamente, esse sentido é utilizado a todo  instante: no despertar da fome, como cheiro de alimentos sendo cozidos, na ânsia gerada por um mau cheiro, na sensação de paz ao inalar a brisa do mar ou de relaxamento ao inspirar o perfume da grama recém cortada.

É por tudo isso que cheiros, sentimentos e memórias olfativas são repletas de emoções.